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Inflação em queda pressiona BCE a agir já em outubro

O Banco Central Europeu (BCE) sinaliza uma possível redução nas taxas de juro já em outubro. Olli Rehn, membro do Conselho do BCE, sugeriu essa possibilidade durante uma conferência de imprensa em Helsínquia, destacando que a “direção da política monetária é clara”. Rehn enfatizou, no entanto, que as decisões dependerão da evolução dos indicadores económicos.

O referido membro do conselho alertou que o crescimento da Zona Euro pode ser mais fraco do que o previsto, afirmando ser prematuro considerar tirar conclusões. Contudo, o governador do Banco da Finlândia indicou que o recente enfraquecimento das perspetivas de crescimento torna mais provável uma ação imediata do BCE, incluindo um possível corte de taxas em outubro. Rehn também destacou que a desaceleração da inflação, que caiu abaixo de 2% em setembro, reforça os argumentos para uma redução nas taxas de juro no próximo mês.

Estas declarações surgem antes da divulgação dos dados de inflação de setembro, que ficaram abaixo dos 2% pela primeira vez desde março de 2021, e num momento em que os mercados financeiros atribuem uma probabilidade superior a 85% a um corte das taxas diretoras do BCE na reunião de 17 de outubro, em Liubliana, na Eslovénia.

Apesar do otimismo dos mercados, Rehn reforçou a necessidade de uma análise cautelosa antes de qualquer decisão do BCE, destacando que é essencial “monitorizar de perto os dados e realizar uma análise abrangente” e que o ritmo e a escala dos cortes dependerão de uma avaliação contínua do Conselho, baseada nas perspetivas de inflação, na dinâmica da inflação subjacente e na eficácia da transmissão da política monetária.

O BCE já procedeu a dois cortes de taxas neste novo ciclo (junho e setembro), ambos em reuniões que coincidiram com novas projeções económicas. A possibilidade de um corte em outubro, numa reunião sem novas previsões, aponta para a crescente confiança do banco central na redução contínua da inflação.

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