Capitalizar defende travão na escalada e diz que o turnaround empresarial é possível com diagnóstico financeiro atempado.
As insolvências em Portugal aumentaram 18% em 2023, face ao ano anterior, com quase duas mil empresas a entrarem em processo de insolvência. Já encerramentos, foram mais de 13 mil. Para travar a escala de insolvências e um turnaround empresarial, a consultora Capitalizar aponta como fatores determinantes: um diagnóstico financeiro atempado e o apoio especializado. E a marcar 2023 esteve também o recorde de empresas criadas: mais de 51 mil.
O panorama empresarial em Portugal tem enfrentado desafios sem precedentes nos últimos anos. Se por um lado, 2023 fechou com um recorde na criação de novas empresas (51.320) – ultrapassando pela primeira vez a marca das 50 mil novas empresas num ano (foram constituídas mais 2.302 empresas face a 2022) -, por outro lado, também as insolvências empresariais aumentaram em 2023, com 1.917 empresas em processo de insolvência, uma subida de 18% em comparação com o período homólogo, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A tendência de crescimento de insolvências abrangeu praticamente todos os setores. Os setores alojamento e restauração, agricultura e outros recursos naturais e energias e ambiente foram os únicos que conseguiram contrariar esta tendência e fecharam o ano com menos processos de insolvência.
Em termos setoriais, a indústria foi a grande responsável pelo aumento verificado em 2023, com mais 148 processos de insolvência (+47%) do que no ano anterior, uma subida que representa mais de metade do aumento total verificado no ano.
Na análise da consultora Capitalizar, especializada em reestruturações empresariais, este aumento reflete os desafios económicos e financeiros que muitas empresas enfrentam devido à instabilidade económica global. Para contrariar esta tendência alarmante, sublinha a urgência em apoiar as empresas na identificação dos seus problemas, a encontrar soluções que lhe permitam recuperar, evitando assim caírem numa situação de insolvência.
Na visão de José Pedro Pais, Partner da Capitalizar, “o aumento das insolvências empresariais é um sinal claro de que as empresas em Portugal estão a enfrentar dificuldades financeiras significativas. No entanto, é fundamental entender que a insolvência não é o único caminho a seguir. O diagnóstico financeiro atempado e o apoio especializado são fatores determinantes no turnaround das empresas. Identificar e abordar os problemas financeiros de forma proativa é fundamental para evitar que uma situação de insolvência se torne inevitável. Com a orientação certa e as estratégias adequadas, as empresas podem superar os desafios financeiros e alcançar o sucesso a longo prazo. Na Capitalizar, são vários os projetos de reestruturação empresarial bem-sucedidos que lideramos”.
Os dados do INE revelam ainda que são as micro e pequenas empresas – com um volume de negócios inferior a 500 mil euros – que continuam a registar o maior número de insolvências. Em termos geográficos, Lisboa e Porto são os distritos que apresentam o maior número de casos.
Em termos de encerramentos, os últimos números apontam para o fecho de 13.362 empresas, contudo, à data atual ainda existem publicações a serem efetuadas pelo registo comercial, pelo que, face à tendência verificada ao longo de 2023, prevê-se que este seja o segundo ano consecutivo de subida deste indicador.
Pontos de Vista, 18 de janeiro de 2024.